Rua 24 de Outubro, na região central de Cuiabá, faz parte da história cultural cuiabana. Esse não é o nome "original", pois ela foi rebatizada, após uma briga política entre dois grandes senadores de Mato Grosso, no século passado. A rua possui várias referências quando os cuiabanos a indicam como a eterna "rua do poder", "berço político" e "rua charmosa".
Antes de ser chamada 24 de Outubro, tinha o nome de Antônio Azeredo, em homanagem ao então senador de Mato Grosso. Ele foi um senador importante no estado, com 40 anos consecutivo de mandato no Congresso Nacional, recorde este que nunca foi batido em Mato Grosso.
Azeredo era contra o movimento chamado "revolução 30", civil e militar, liderada pelo Getúlio Vargas, que culminou no golpe de Estado. Dia 24 de outubro foi quando Getúlio Vargas chegou ao Rio de Janeiro - capital federal na época - e, de fato, assumiu a presidência, chamado de governo provisório. Para "provocar" Azeredo, que ficou do lado dos derrotados, a rua foi rebatizada como 24 de outubro, para comemorar a vitória do movimento.
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Com pouco mais de 1km, o que não tem de tamanho, 24 de Outubro tem de grandes histórias. Segundo o cientista político, Vinicius Carvalho, antigamente, nos anos 70, a ruazinha era praticamente a "cidade inteira", já que o perímetro urbano era menor.
"Ela foi local de residência de muitos políticos durante muito tempo, quando a região central era considerada a cidade inteira. A Prainha era considerada uma das fronteiras da cidade, a região do Coxipó era como se fosse um distrito, era bem isolada, a avenida Mato Grosso também era uma fronteira, quase o limite do perímetro urbano, dali para frente era área rural", explicou.
Políticos como Roberto França, Antero Paes de Barros, Vicente Vuolo, Zé Benedito Canelas, a família Campos - Jayme Campos e Julio Campos -, entre outros residiram na rua. Atualmente, é ponto de encontro para vários costumes. Na eterna rua do poder, encontra-se boutique de bebidas, espaço para aula de piano, hamburgueria, clínica de exames e boates.
Por amor a cultura de Cuiabá e a história da rua, o artista plástico Claudyo Casares e a esposa resolveram comprar casa abandonada há 3 anos na localidade e viver ali.
"Eu e minha esposa sempre estamos envolvidos na questão da cultura cuiabana. Buscávamos um local, onde poderíamos estar envolvidos com a cuiabania, quando apareceu essa casa. Pensamos que seria o lugar ideal não só para gente morar, mas também para exercermos algo para mudar a realidade da casa. Conseguimos dar mais vida a ela, criar um ambiente mais interessante", comentou.
