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POLÍTICA Terça-feira, 01 de Outubro de 2019, 14:37 - A | A

Terça-feira, 01 de Outubro de 2019, 14h:37 - A | A

MATO GROSSO

Quem canta os males espanta: ALMT e TCE gastam R$ 82 mil para manter corais

No Tribunal de Contas, por exemplo, o grupo existe há cerca de 30 anos

O Livre

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) vão gastar, juntos, R$ 82 mil neste ano para manter ensaios de canto para os servidores que compõem seus respectivos corais.

 
 

O valor será pago ao maestro Carlos Eduardo Cursino Ferraz, o Carlos Taubaté, que se reúne com os cantores de cada uma dessas instituições duas vezes por semana. Na Assembleia Legislativa, às segundas e sextas-feiras. No TCE, às terças e quintas.

Cada encontro tem duração de aproximadamente 1h30 e ocorre no horário do almoço. Segundo Taubaté, para não atrapalhar o período de expediente dos servidores.

Na Assembleia Legislativa, por exemplo, Carlos Taubaté atua há pelo menos três anos. Em 2018 – contrato ainda vigente – baixou o preço de suas aulas. Passou a cobrar R$ 3,5 mil por mês, o que soma R$ 42 mil por ano. Valor que também se aplica ao contrato que tem com o TCE.

Nos dois anos anteriores, a ALMT pagou pouco menos de R$ 54 mil por cada contrato com o maestro – cada um com duração de 12 meses. Com isso, Carlos Taubaté recebeu cerca de R$ 4,5 mil por mês ao longo de 2016 e 2017.

E a ALMT e o TCE não são os únicos órgãos públicos que contrataram o maestro. Da Prefeitura de Cuiabá, ele recebeu – entre maio de 2018 e janeiro de 2019 – quase R$ 46 mil pelo mesmo serviços: duas aulas semanais com duração de 1h30. Estas, no entanto, ministradas à noite.

Um novo contrato foi firmado com a administração da Capital em março deste ano. Dessa vez, com a validade de 10 meses e um valor total que supera os R$ 54 mil, o equivalente a R$ 5,7 mil mensais.

Aulas abertas ao público

De acordo com Carlos Taubaté, os corais são formados principalmente pelos servidores dos órgãos públicos que pagam pelas aulas, mas também são abertos à população. No caso da Prefeitura de Cuiabá, a prioridade é o público externo e há até processo seletivo para as pessoas que gostariam de compor o grupo.

 

Eles costumam se apresentar, mais comumente, em solenidades internas das próprias instituições e também de outros órgãos públicos. A administração do município, segundo o maestro, tem uma agenda própria de apresentações.

Com menos frequência, os corais participam ainda de festivais e encontros de canto realizados fora dessas instituições que representam.

Perguntado pela reportagem do LIVRE qual a “utilidade” dos corais, o maestro respondeu que o objetivo da atividade é mais que a “simples integração” entre os servidores públicos que fazem parte do grupo.

“Serve para promover o espírito de equipe. Você convive com as diferenças das pessoas. Você desenvolve memória e concentração, disciplina. Fazer música é exatamente isso. E principalmente o espírito de equipe”, Taubaté resumiu

Outro lado

De acordo com a assessoria de imprensa do TCE, o coral do Tribunal existe desde 1990 e, hoje, é composto por 20 pessoas, entre servidores e cidadãos.

 

A Corte confirmou que as apresentações ocorrem em solenidades internas e também em instituições filantrópicas, num total, em média, de três aparições por mês. Acrescentou ainda que o coral já gravou dois CDs.

Sobre os motivos de manter a atividade, a assessoria do TCE respondeu que o grupo melhora a “qualidade de vida, oferecendo aos interessados um contato mais profundo com o conhecimento musical”. Além disso, promove a “socialização e instrumentos culturais” dos participantes.

Já a Prefeitura de Cuiabá destacou que seu grupo tem cerca de 70 pessoas e que as atividades tiveram início em 2018. Neste ano, novos integrantes serão admitidos a partir de um processo seletivo que será aberto no fim do ano.

As apresentações são feitas em eventos oficiais da Capital.

Em ambos os casos, os cantores são todos voluntários.


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