Em busca de fortalecer os jovens e mostrar a realidade do mundo das drogas, o Instituto INCA (Inclusão, Cidadania e Ação), em parceria com o Instituto Gênesis Ressocialização, Esporte e Cultura (IGREC), impactou mais de 4.300 alunos do Ensino Fundamental e Médio, com idades entre 12 e 17 anos, por meio da participação do rapper Jorjão Oliveira e da colaboração de Marjorie Petrenko. O projeto tem como objetivo conscientizar sobre os prejuízos das drogas durante a 4ª Etapa do projeto social e educativo “Gênesis Rap nas Escolas” em Mato Grosso.
Por meio de palestras e apresentações musicais, utilizando a linguagem do Hip Hop, o artista compartilhou sua trajetória pessoal, desde o sucesso escolar até a queda causada pelas drogas e o envolvimento com o crime. O movimento teve duração de três meses e ocorreu nos municípios de Campo Verde, Sinop e Rosário Oeste.
Além das cidades do interior, a capital mato-grossense também sofre com o alto índice de violência e o elevado consumo de drogas entre jovens e adultos. Regiões como Jardim Leblon e Pedra 90 são as mais impactadas por essa realidade. Parte dos estudantes está envolvida em atividades criminosas, com alguns pertencendo a facções, tanto nas periferias quanto no centro da cidade.
Uma das mães agradeceu ao governo pela iniciativa e destacou a importância da conscientização nas escolas. “Olha, é um projeto que nem todos conhecem ou aderem. Atualmente, lidamos com jovens que estão se envolvendo com o crime, muitas vezes por influência familiar ou de amizades escolares. Essa situação é muito triste para o nosso estado e para as famílias. Acredito no potencial dessa ação e vejo que pode impactar a vida de muitos jovens, tirando-os dessa vida tão cruel”, comentou Rose.
Nesta edição, o foco foi principalmente nas cidades de Campo Verde, Sinop e Rosário Oeste, uma vez que Cuiabá participa do projeto desde a primeira fase. Ao todo, 16 escolas de Mato Grosso foram beneficiadas, com 6 escolas em Sinop atendendo mais de 2.000 alunos, 4 escolas em Campo Verde atendendo 1.000 alunos e 6 escolas em Rosário Oeste alcançando mais de 1.300 estudantes.
A 4ª edição do “Gênesis Rap nas Escolas” teve início em novembro de 2024 e terminou em fevereiro de 2025, incluindo as etapas de pré-produção, produção e execução. O projeto foi patrocinado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Secel-MT), com o apoio da emenda parlamentar do deputado estadual Beto Dois a Um. Também contou com o suporte da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e da organização Drug Free World.
Em Campo Verde, o projeto contou com o apoio da Casa do Hip Hop, uma instituição local que trabalha com crianças, introduzindo os elementos da cultura do Hip Hop. Em Sinop, o projeto recebeu apoio do pastor Amilton Schoenknecht e da Comunidade Cristã, que colaboram com a iniciativa há mais de 10 anos.
Problemas Relacionados ao Consumo de Drogas
Anualmente, um número alarmante de indivíduos que consomem substâncias psicoativas falecem precocemente. O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) publicou um relatório que revelou que, em 2013, 187.100 pessoas morreram devido a causas relacionadas ao uso de drogas. Entre as substâncias analisadas, o ópio é a principal responsável por graves problemas de saúde e falecimentos. A explicação está associada ao consumo de opiáceos, substâncias injetáveis e mortes por overdose. O estudo também apontou que os usuários de heroína, por ser uma droga injetável, têm uma taxa de mortalidade 15 vezes superior à de outros indivíduos da mesma faixa etária e gênero que não utilizam substâncias.
A pesquisa revelou que um em cada 10 usuários enfrenta sérios problemas de dependência. Do total de 27 milhões de "usuários problemáticos", quase metade (12,19 milhões) consome substâncias injetáveis. Desses, 1,65 milhão foram infectados pelo HIV em 2013.
Em relação ao tratamento da dependência, os dados apontam que apenas um em cada seis dependentes tem acesso a serviços de tratamento. Nesse contexto, as mulheres enfrentam desafios ainda maiores.
Apoio à Prevenção e Reintegração Social
A Confederação Nacional de Municípios (CNM), por meio do Observatório do Crack, apoia ações voltadas à prevenção, tratamento e reintegração social dos usuários de drogas. A entidade também aborda a questão de gênero, reconhecendo que as mulheres necessitam de políticas públicas específicas. A instituição participa de debates para garantir que as mulheres tenham acesso a uma rede de apoio especializada.
Estudo da OMS sobre o Consumo de Álcool e Drogas
Um novo estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 2,6 milhões de mortes anuais podem ser atribuídas ao consumo de álcool, representando 4,7% de todas as mortes. O relatório também revela que 0,6 milhão de óbitos anuais estão relacionados ao uso de drogas psicoativas. A maior parte dessas mortes (2 milhões por conta do álcool e 0,4 milhão por conta das drogas) ocorreu entre os homens.
Com base em dados de 2019, o relatório da OMS oferece uma visão detalhada sobre o consumo de álcool e drogas, além de seus impactos na saúde pública. O levantamento aponta que cerca de 400 milhões de pessoas sofrem de transtornos relacionados ao uso dessas substâncias, sendo 209 milhões dependentes de álcool. O relatório reforça a urgência de acelerar as ações globais para alcançar a meta 3.5 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, que visa reduzir o consumo de álcool e drogas e melhorar o acesso a tratamentos de qualidade para os transtornos relacionados ao uso dessas substâncias.
Impactos do Consumo de Álcool na Saúde
Embora tenha ocorrido uma leve redução nas taxas de mortalidade relacionadas ao álcool desde 2010, o número total de mortes decorrentes desse consumo permanece inaceitavelmente alto, alcançando 2,6 milhões em 2019. As taxas mais elevadas de mortalidade devido ao álcool são observadas nas regiões europeia e africana.
Além disso, as taxas de mortalidade por litro de álcool consumido são mais altas em países de baixa renda e mais baixas em países de alta renda.