Em entrevista concedida nesta semana, o senador Julio Campos (União Brasil) abordou temas centrais para o futuro político e administrativo de Mato Grosso. Entre os principais assuntos, destacaram-se a situação da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, a destinação de recursos para os municípios da Baixada Cuiabana e as articulações internas do União Brasil com foco nas eleições de 2026.
O parlamentar comentou a destinação de R$ 1 milhão em emendas parlamentares para a capital, explicando que os critérios utilizados para definir os municípios contemplados consideram o desempenho político nas urnas. Ele lembrou que, no ano anterior, o repasse foi feito à gestão do então prefeito Emanuel Pinheiro, e que, neste ano, os recursos foram destinados à administração do atual prefeito, Abílio Júnior. Segundo ele, a prioridade continua sendo os municípios onde sua atuação política é mais presente, como Cuiabá, Várzea Grande, Poconé, Livramento, Santo Antônio do Leverger, Rosário Oeste, Nobres e outras cidades da região.
Ao comentar a crise enfrentada pela Santa Casa, Julio Campos destacou os esforços para evitar o fechamento definitivo da instituição, que acumula uma dívida trabalhista superior a R$ 25 milhões. Segundo o senador, o prefeito Abílio já solicitou apoio à Assembleia Legislativa e ao governo do estado para viabilizar a aquisição do prédio — já equipado — e dar continuidade aos atendimentos de saúde. Ele informou que houve uma reunião com o governador para discutir a possibilidade de um aporte financeiro que viabilize a compra. Ressaltou ainda que o imóvel possui tombamento histórico, o que exige atenção especial durante o processo.
Durante a entrevista, Campos mencionou as divergências entre os deputados estaduais e o Conselho Estadual de Saúde quanto à continuidade da Santa Casa. Enquanto o Conselho defende que o Hospital Central pode absorver as demandas, parlamentares apontam que áreas sensíveis, como oncologia infantil, não contarão com a mesma estrutura e qualidade em outras unidades de saúde. Segundo o senador, a situação ainda está em debate, mas há uma mobilização significativa para manter o hospital funcionando, mesmo sob nova gestão.
No campo político, Julio Campos afirmou que o União Brasil pretende lançar candidaturas próprias tanto para o governo do estado quanto para o Senado Federal em 2026. Destacou que o partido possui estrutura, nomes competitivos e experiência para disputar com independência, mas não descarta composições estratégicas no futuro. Questionado sobre uma possível reedição da aliança com o PL, como ocorreu em 2022, foi enfático ao dizer que não há interesse, neste momento, em retomar essa parceria. Para ele, cada partido tem seu projeto e deve seguir caminhos distintos, inclusive no cenário nacional.
O senador também comentou a possibilidade de secretários estaduais se candidatarem nas próximas eleições, classificando o movimento como natural dentro da democracia. Defendeu que todos os interessados e preparados devem ter espaço no processo político, deixando que o eleitorado faça sua escolha nas urnas. Segundo ele, o engajamento de gestores públicos na política é positivo e pode enriquecer os debates.
Por fim, Julio Campos abordou a atuação da Assembleia Legislativa na fiscalização de grandes obras em andamento no estado, como o BRT da Baixada Cuiabana. Ele explicou que, com a nova Mesa Diretora, foi criado o programa “Fiscaliza Mato Grosso”, com o objetivo de fortalecer as comissões técnicas da Casa e garantir maior transparência na execução dos contratos e no cumprimento dos prazos das obras públicas.
Com um discurso firme e articulado, o senador reafirma sua posição como uma das principais lideranças políticas do estado e deixa claro que sua atuação seguirá voltada para o desenvolvimento regional e para a preparação do União Brasil diante dos desafios eleitorais que se aproximam.